segunda-feira, 31 de março de 2014

Ao menos 4 brasileiros são admitidos pela Universidade Harvard


Escolher em qual das universidades mais prestigiadas do mundo estudar é o novo desafio do estudante Víctor Domene, de 17 anos, morador de São Paulo. Ele foi aceito por Harvard, Yale, Columbia, Princeton, Duke, todas nos Estados Unidos, líderes de rankings de excelência – e ainda aguarda o resultado de Stanford. Víctor tem de se decidir, e se matricular, até o mês de maio.

O resultado da Universidade Harvard foi divulgado nesta quinta-feira (27). No total, foram admitidos 2.023 estudantes para graduação no mundo todo, 5,9% do total dos que aplicaram (34.295 pessoas). Foram pelo menos quatro brasileiros aprovados nesta etapa, além do estudante
Henrique Vaz, que teve o resultado anunciado em dezembro.

No
Brasilhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, Víctor também colecionou aprovações nas melhores instituições: passou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); foi o segundo no cursohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png de engenharia elétrica na Universidade Federal do Rio de Janeirohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png (UFRJ), pelo Sisu; e o sétimo na Poli, escola de engenharia da Universidade de São Paulo (USP). Não se matriculou em nenhuma porque o sonho mesmo era fazer faculdade no exterior.

 “Sempre quis estudar fora do Brasilhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, mas não sabia muito bem como. Quando era criança minha mãe perguntava o que queria ser quando crescesse e respondia: Bill Gates”, diz.

Nos Estados Unidos, pretende desfrutar da possibilidade de cursar disciplinas de cursos de diferentes áreas. “Quero ter a liberdade de estudar várias coisas. Quero me formar em ciência da computação, mas pretendi fazer aulas de economia, matemática e gosto de psicologia. Pretendo trabalhar com algo que ajude a impactar o
Brasilhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, tive muitas oportunidades e é justo retornar para a sociedade.”

A mãe de Víctor é dona de casa e o pai trabalhou como jornaleiro por muito anos – hoje é assistente administrativo em uma empresa. Os primeiros anos do ensino fundamental, ele cursou na rede pública, a partir do 5º ano migrou para a escola particular porque conseguiu uma bolsa de estudos por mérito. Víctor concluiu o ensino médio no Colégio Bandeirantes, como bolsista do Ismart, ONG que apoia talentos.

No histórico, o aluno tem, além de excelentes notas, medalhas em olimpíadas nacionais e paulistas de química, física e informática. Para ele, o forte da sua candidatura às vagas (o processo se chama application) foi a história de vida.

“Pude contar minha história de vida nas redações e acho que as minhas cartas de recomendações dos professores do Bandeirantes também ajudaram muito. Contei com a ajuda de muita gente.”

O brasileiro vai para Nova York, nos Estados Unidos, no início de abril a convite da Universidade Columbia, e durante a viagem também vai aproveitar para conhecer Princeton. Ele recebeu 100% de bolsa de estudos de todas a universidades em que foi aceito – só Harvard ainda não respondeu - por isso, a falta de condição financeira dos pais não vai ser problema para que ele estude fora do país.

Nos Estados Unidos, as bolsas são concedidas a partir da situação socioeconômica da família, e inclui despesas com mensalidade, hospedagem e alimentação.

Escola dos sonhos
O estudante Eduardo Miranda Cesar, de 18 anos, também reuniu uma lista invejável de aprovações. Nos Estados Unidos, ele foi aceito pela Universidade de Chicago, Northwestern, Pensilvânia, Princeton, Brown e Harvard. Ele ainda está na lista de espera de Duke. No Brasilhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, foi aprovado pela UFSCar e pela Unirio quando ainda cursava o segundo ano do ensino médio. Ao final do terceiro ano, passou na UnB e na USP.

Ele conta que seu principal interesse nas instituições americanas é a possibilidade de o aluno cursar dois anos da universidade antes de determinar em qual cursohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png deseja se formar. “Lá eles valorizam muito essa exploração da vida acadêmica antes da escolha final do curso”, diz. A princípio, Eduardo pensa em se formar em economia ou em ciências da computação.

Em Harvard, poderia até optar por um double major, ou seja, titular-se nas duas áreas.
Agora, Eduardo aguarda as propostas de bolsa das universidades que o aprovaram. Ele explica que o processo de bolsa das universidades para as quais ele aplicou avaliam toda a situação financeira da família do candidato e determinam quanto de subsídio ele precisaria para concluir o
cursohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png. Até agora, ele já recebeu uma oferta da Universidade de Chicago, que considerou razoável.

“Por mais que Harvard sempre tenha sido a minha escola dos sonhos, os resultados dos processos de bolsa vão contar, com certeza. No final das contas, nem fico muito preocupado porque todas são universidades dos sonhos”, diz.

Desde a quinta série, Eduardo estudou no Colégio Militar de Brasília. “A gente tem muito orgulho do colégio militar porque lá eles tiram água de pedra. Por mais que seja uma escola pública, oferecem uma gama enorme de atividades extracurriculares. Eu tinha várias oportunidades: era da bandahttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, participava do grupo de filosofia e meu colégio sempre teve todo tipo de esporte. No segundo ano, eu e outros três ou quatro alunos criamos o clube de simulação das Nações Unidas”, conta.

Todas essas experiências, segundo ele, são muito valorizadas no processo seletivo das universidades americanas. Ele também contou com o apoio da Fundação Estudar, que tem tradição em orientar alunos brasileiros com interesse em estudar no exterior. Por meio da fundação, ele recebeu orientação de duas mentoras, brasileiras ex-alunas de Harvard e Pensilvânia. “Elas foram fundamentais no sentido de aproximação maior com as faculdades. Elas sabiam me falar qualquer coisa que eu quisesse saber sobre as universidades.”

Ele também recebeu orientação sobre o modelo de redação que deveria escrever em sua candidatura e teve seus documentos revistados antes de submetê-los às instituições.
Segundo Eduardo, seus pais sempre o apoiaram em seu sonho de estudar fora, mas também ficam “com o coração apertado” de saber que ele passará quatro anos fora do país. Já a namorada,
Larissa Guimarães, não está preocupada com a distância, já que ela também foi aprovada em uma universidade americana: a Universidade de Columbia

 

terça-feira, 25 de março de 2014

Batatas fritas em temperatura elevada aceleram envelhecimento

Os alimentos ricos em amido, como as batatas, quando cozidas a temperaturas superiores a 120°C geram uma reação química que origina produtos tóxicos que aceleram o envelhecimento. A informação foi divulgada pela Academia Nacional de Farmácia da França.
Esses alimentos, submetidos a altas temperaturas ocasionam um processo de glicação (soma entre uma proteína e carboidrato) avançada, conhecido como AGE, que pode acelerar o envelhecimento, segundo um estudo dirigido por Eric Boulanger, especialista em Biologia da Universidade de Lille 2.
As partes queimadas das batatas fritas e cozidas, assim como do pão tostado, as bolachas, o pão branco e o café, contêm acrilamida, um composto comprovadamente cancerígeno e neurotóxico em células animais, embora não em seres humanos.
Um recente estudo americano realizado em homens e animais mostra que esses produtos podem provocar no ser humano problemas de memória similares ao alzheimer. A partir dessa pesquisa, a equipe de Boulanger estabeleceu a existência de um vínculo entre esses produtos e o envelhecimento vascular, que causa maior rigidez nas artérias e hipertensão.
Para evitar consequências negativas, os pesquisadores franceses recomendam cozinhar os alimentos com água, vapor ou no micro-ondas, frente ao assado ou preparado na grelha.

As 10 melhores Universidades

 


USPSP
UFRJRJ
UFMGMG
UFRGSRS
UnicampSP
UnespSP
UFSCSC
UnBDF
UFPRPR
10ºUFPEPE

CONJUNTURA GEOPOLÍTICA DO ORIENTE MÉDIO


A renovada ameaça iraniana

             Nada melhor que as comemorações de Purim para analisar os efeitos da atual conjuntura internacional sobre os esforços iranianos para avançar, dissimuladamente, seu programa nuclear nada pacífico.

            Nas últimas semanas a situação na Ucrânia tem chamado a atenção de estrategistas ao redor do mundo, tanto por seu potencial bélico quanto pelas lições que dela podem ser aprendidas. Apesar disso, no Oriente Médio continua a guerra na Síria, agora entrando em seu terceiro ano e sem sinais de arrefecimento e o Irã, afastado do foco, manobra para consolidar seu programa nuclear.

            Não há por enquanto nenhuma resposta às perguntas que fizemos em nossa última análise: nenhuma instalação foi desativada, não houve comprometimento iraniano em relação às centrífugas, e não há qualquer  limitação ao programa de mísseis de longo alcance.

            A disputa na Ucrânia pode ter ainda outras consequências extra-regionais: se houver um posicionamento europeu e norte-americano muito duro frente à Rússia, esta poderia retaliar reabrindo as negociações com o Irã para o fornecimento de baterias de misseis S-300, a posse dos quais aumentaria significativamente o custo de uma ofensiva contra as instalações nucleares iranianas. E ainda que os russos tenham apoiado as sanções contra o Irã e se oponham a sua nuclearização, uma maior pressão contra a Rússia, especialmente econômica, poderia levar os russos a buscar uma compensação na venda de armas e equipamentos nucleares (um novo reator) ao Irã.

            Qual é então o teor da ameaça iraniana e quais são as opções de que dispõem os formuladores israelenses da politica de segurança nacional? Israel conseguiu gerar, ao longo dos últimos anos, a necessária reação internacional para combater o programa nuclear iraniano. As sanções impostas ao Irã são o reconhecimento, por parte das grandes potencias, de que o programa nuclear iraniano não era pacifico e os israelenses agiriam unilateralmente para interrompe-lo. Mas ao longo do ultimo ano os engajamentos norte-americanos levaram a uma flexibilização e à aceitação das posições menos hostis do novo presidente iraniano – o que dá folego ao Irã e renova a ameaça.

            A maior parte dos elementos não mudou:

  • O Irã continua a negar a Israel o direito à existência
  • Atua ao redor do mundo em uma campanha de de-legitimação.
  • Apoia abertamente grupos terroristas engajados na destruição de Israel e instituições judaicas
  • O Irã certamente já adquiriu a infraestrutura necessária para a produção de mais de uma bomba nuclear, e os meios para lançá-la.

            Quais seriam as consequências da obtenção por parte do Irã de tal capacidade?

  • Os Estados Unidos e as outras grandes potências teriam de enfrentar a nova capacidade de dissuasão do Irã, o que limitaria seriamente sua capacidade de intervenção.
  • Ainda que houvesse uma grande disparidade em relação ao poderio, Israel deixaria de ter o monopólio nuclear no Oriente Médio e sua capacidade ofensiva se reduziria dramaticamente.
  • O Irã atrairia inúmeros países-satélite  no Oriente Médio e na Ásia Central
  • O aumento do prestigio do governo fortaleceria o regime diminuindo as possiblidades de uma alternância promovida pela oposição.

            Há dois anos o ex-presidente Rafsanjani, (como o atual, considerado um moderado) declarou corretamente que Israel, dadas suas reduzidas dimensões, não poderia sobreviver nem a uma bomba, e uma paridade nuclear tornaria Israel muito mais vulnerável a uma longa guerra convencional de atrito. O apoio do Irã ao Hamas e outros grupos radicais que negam o direito de Israel à existência garantem também a inviabilidade de um acordo de paz com os palestinos; os acordos já assinados com o Egito e a Jordânia tiveram sua origem no reconhecimento de que Israel não poderia ser derrotado – realidade que o Irã tenta minar.

Até 2009 Israel promoveu uma política baseada em ações secretas, como o assassinato de cientistas iranianos e a introdução de vírus que comprometiam o movimento das centrifugas de enriquecimento de uranio.  E ainda que efetivo, o esforço não foi suficiente para interromper o programa, obrigando os israelenses a reiterar sua disposição de engajar-se unilateralmente em uma ação militar; somente isso levou a um maior envolvimento das grandes potências e a uma intensificação das sanções que agora estão sendo relaxadas.

No ultimo ano a discussão tornou-se publica em Israel,  com vários elementos apontando para os custos de uma ação militar contra o Irã. Mas o dilema de um Irã nuclear tem de ser enfrentado pelo conjunto de países liderados pelo grupo 5+1, alvos potenciais não somente de um Irã equipado com artefatos nucleares e foguetes, mas também aliado de organizações terroristas que tem buscado estes elementos para praticar atentados ao redor do globo.

Um Irã nuclear poderia paralisar a livre circulação marítima através do Golfo Persico, levando a um colapso da economia mundial, mesmo em uma era do pré-sal e da exploração das camadas de xisto nos Estados Unidos. Mas este também poderia ser o resultado de um ataque às instalações nucleares do Irã. Mas qual teria sido a possível reação do ocidente à invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990, se Israel não tivesse bombardeado o reator de Osirak e Saddam Hussein tivesse obtido armas nucleares?

Um Irã nuclear levaria ainda a uma corrida armamentista em toda a região, com o provável fornecimento pelo Paquistão de armas nucleares para a Arábia Saudita e à nuclearização do Egito e da Turquia.

            Se as sanções não forem efetivas (especialmente num ambiente em que o preço do barril de petróleo ronda os 100 dólares) restam somente duas opções: um ataque às instalações iranianas, ou a aceitação do Irã como mais uma potência nuclear. A maioria dos especialistas concorda com a inviabilidade de um ataque, tanto em função de seu possível resultado parcial quanto de seu custo. Diferentemente do que ocorreu com o ataque ao reator iraquiano de Osirak em 1981, ou às supostas instalações nucleares da Síria em 2007, um ataque ao Irã não poderia eliminar o programa nuclear iraniano.

            A destruição do facilmente identificável reator em Busher somente causaria uma catástrofe ambiental, enquanto a maioria das instalações ligadas ao programa e dedicadas ao enriquecimento de urânio estão de alguma maneira protegidas, ou por terem sido construídos em áreas subterrâneas ou por terem localização ainda desconhecida. Assim, se um ataque israelense, norte-americano, ou conjunto pudesse fazer retroceder em alguns anos o programa nuclear iraniano, certamente não poderia destruí-lo, e levaria a uma coesão da opinião pública iraniana que destruiria qualquer perspectiva de derrubada do atual governo. E o custo seria enorme: os iranianos certamente retaliariam contra as bases e tropas norte-americanas estacionadas no Golfo Pérsico, minariam o Estreito de Hormuz e utilizariam sua frota de lanchas de assalto e mísseis anti-navio, impedindo ou seriamente dificultando a passagem de petroleiros que transportam 40% do petróleo em circulação no mundo. A efetividade de tais mísseis ficou comprovada durante o conflito no Líbano em 2006, quando um navio israelense foi atingido, e seriamente danificado, por um míssil fornecido pelo Irã e lançado pelo Hizballah.

 

            Os “clientes” iranianos no Líbano e na Faixa de Gaza provavelmente se veriam obrigados a participar do confronto, utilizando seu arsenal de foguetes contra o território israelense, e Israel se veria numa situação extremamente vulnerável já que, seus aviões engajados no ataque ao Irã, não poderiam eliminar os mísseis de longo alcance de posse do Hizballah. Se no confronto de 2006 um milhão de moradores do norte de Israel abandonou suas casas, não é difícil imaginar o impacto  provável de mísseis atingindo bairros de grandes centros urbanos como Jerusalém e Tel Aviv.

 

Aparentemente há poucas opções de utilização de hard power, a não ser que os israelenses identifiquem avanços significativos no programa nuclear iraniano, aliados a uma percepção de que um Irã nuclear possa representar uma ameaça existencial a Israel. Caso contrário, um Irã tornado invulnerável como potencia nuclear representará muito mais uma ameaça aos interesses norte-americanos na região, exigindo dos Estados Unidos a expansão de seu guarda-chuva nuclear ou a aceitação de uma nova corrida armamentista nos moldes do início da Guerra Fria, com todas as implicações de sua instabilidade.

 

O atual governo israelense tem de tomar decisões difíceis, que certamente comprometerão o futuro do país, e não é surpreendente que se mova com tanta cautela em relação aos palestinos e aos sacrifícios que tem sido exigidos de sua parte para um avanço das negociações.
 
Samuel Feldberg