Não são poucos nem
pequenos os desafios que se colocam à frente do governo federal.
Educação, Saúde e
Transportes, por exemplo, saltam à vista e têm sido pretexto para movimentos nacionais
de protesto, onde se enquistaram vândalos desarrazoados.
O português é uma
língua difícil. Não bastasse esse registro, os homens, quando podem, complicam
ainda mais o significado das
palavras e
expressões. Agora, estamos às voltas com o que representa “Assistência Social”.
Ganhou até um
Ministério, que se dedica também ao combate à fome, o que não deixa de ser uma
atividade de extrema importância.
Mas no MDS há uma
luta interna, de interpretação do que seja efetivamente “Assistência Social”.
Tanto isso é verdade que, numa decisão altamente discutível, suas autoridades resolveram
cancelar os Certificados de Filantropia, alegando que havia irregularidades na sua
aplicação.
Pode ser até
verdade, mas sempre que há coerências as coisas se tornam mais fáceis.
Exemplo: os mesmos
que cassaram os chamados CEBAS, abriram duas exceções, concedendo de novo esses
direitos a duas undações:
Mudes e
Pró-Cerrado. Um técnico, inquirido sobre o fato, foi direto ao assunto: “Erramos
ao conceder esses certificados.” Ou seja, reconhecido o erro, como fica o
princípio elementar da isonomia?
Sabemos que o MDS
buscou e encontrou solução para uma abençoada instituição: a Associação
Nacional de Pais de Alunos Excepcionais (ANPAE).
Terá novamente os
seus certificados de filantropia, como é natural.
No meio do
caminho, entretanto, algumas instituições foram injustiçadas, como é o caso
flagrante do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), que completará no
próximo ano nada menos de 50 anos de benemérito trabalho de assistência social
e educação. Deu o primeiro emprego para mais de 12 milhões de jovens, no Brasil
inteiro, representando um modelo exemplar de entidade do Terceiro Setor.
O que dizem os
especialistas do MDS? O CIEE é uma entidade
educacional, deve
procurar amparo no MEC. O que dizem as autoridades do MEC? O CIEE é uma entidade
de assistência social. Como se nota, quem buscar coerência, dentro do mesmo
Governo, pode sofrer o risco de enlouquecer.
Há tanta coisa
errada por aí e não há lógica nessa complicação
artificial com o
que está dando certo e que tem, na nossa sociedade, reputação ilibada,
inclusive com o amparo no artigo 205 item 3 da Constituição da República.
Sabemos que há uma
pletora de agentes de integração que não
honram os
princípios de moralidade com que se deve trabalhar. São facilmente
identificáveis. Ganham licitações eletrônicas, pelo critério do preço, e depois
não entregam o produto. Quantas vezes o CIEE tem sido chamado para corrigir
essas aberrações? Que sejam punidos os que agem dessa forma. É preciso separar
o joio do trigo..
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