quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Clima e Solo Favoraveis


Com a experiência de ocupar a titularidade da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, por duas vezes, sempre tive a minha vista voltada também para o setor primário da economia. Por um motivo muito simples:

não entendia porque, com tantas condições favoráveis de clima e solo, devíamos comprar de Estados vizinhos cerca de 80% do nosso consumo. É claro que os produtos chegavam ao Rio com os preços inflados pelos custos do transporte.

A primeira providência adotada foi criar uma espécie

de corredor de educação rural, a partir de Teresópolis,

passando por Friburgo, Silva Jardim, Cordeiro até chegar

a Macaé, Italva, Campos e Itaperuna, sem esquecer

as importantes cidades de Valença e Vassouras. Na primeira delas, inaugurei o Centro Interescolar Monsenhor

Tomás Tejerina de Prado, que teve boa receptividade

por parte dos alunos.

Para tornar concreto o nosso interesse pela matéria,

entendi que era importante criar uma escola técnica rural

na Estrada Teresópolis-Friburgo, no distrito de Venda

Nova. A Secretaria de Educação adquiriu um terreno

disponível no km 15 e, assim, nasceu o Centro Interescolar

Agropecuário (CIA) José Francisco Lippi. Hoje,

com mais de 30 anos de existência, é uma referência da

educação rural do nosso Estado, tendo formado dezenas

de técnicos especializados no setor primário da

economia. Deve-se registrar que a região em que se situa

a escola é rica em plantio de hortigranjeiros, sendo

grande fornecedora de produtos de primeira ordem para

o mercado consumidor do Rio.

No caso de Teresópolis, é preciso considerar as perdas

devidas à degradação proveniente da tragédia das

chuvas de 2011. Significa dizer que há um campo imenso

para estudos relativos ao solo. Ainda há muito a ser

feito, pois as providências governamentais ficaram pela

metade.

Temos outras revelações para contar, como, por

exemplo, o cultivo de heveicultura (borracha) no Educandário Rego Barros, no município de Conceição de

Macabu. Jovens internos na escola dedicavam-se a essa

cultura, da mesma forma que o Centro Interescolar

Agropecuário de Itaperuna produzia tomate, pimentão,

verduras, aves de corte e postura, para utilização na merenda escolar também de Porciúncula e Natividade. A

produção excedente era vendida na feira, sendo a renda

revertida para os próprios alunos do Ciapi.Com a mesma filosofia de trabalho, foram criados outros centros no Colégio Estadual Agrícola Antonio Sarlo

(Campos), na Escola Estadual João Andrade (Miracema), nas Escolas Estaduais Baccoparó Martins e Sol Nascente (Cachoeiras de Macacu), no CIA de Cambuci, na Escola Estadual Saboia Lima (Rio das Flores), na E.E. Barão de

Santa Maria Madalena, na E.E. Paulino Fernandes (Sapucaia) e nas escolas agrícolas de Santo Antonio de Pádua e Três Rios, além do município de Cordeiro,

onde foram oferecidos cursos de olericultura, cunicultura e inseminação artificial, além de bem sucedidas feiras e exposições agropecuárias. Esse é o registro auspicioso de um momento, no Rio de Janeiro, em que houve preocupação objetiva com a educação rural, com efeitos claramente positivos.

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